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Agronegócios

À espera do amendoim brasileiro no frango xadrez, cooperativa cresce, mas vê renovação menor com cana


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Na fila de produtos do agro que aguardam o gigante China baixar no Brasil com mais apetite vão falar de café, suco de laranja, frutas frescas, etanol e outros. Poucos vão se lembrar do amendoim. Isso, esse grão altamente calórico, presente em uma infinidade de produtos finais, marca participação de mais de R$ 1 bilhão no mercado externo, contando com o óleo, deve entrar a próxima safra esperando que os chineses passem de vez o limite de sua produção e venham buscar aqui o amendoim descascado para o frango xadrez.

Como só de expectativa não se vive, mesmo com presença tímida no mercado asiático os produtores brasileiros saltaram de 116 mil toneladas em exportação do grão descascado e óleo, em 2016, para 254 mil toneladas em 2018/19. Nesta última safra, fechada em abril, a quantidade bruta foi de 539 mil toneladas (metade disso fica para processamento e consumo de mercado interno).

Se se considerar que a cultura é vista como secundária, entrando na renovação dos canaviais (a soja vem ganhando espaço também, outra cultura de ciclo curto), esse crescimento de produção correspondeu também em aumento de área, especialmente no Noroeste e Oeste paulistas. E como a renovação dos canaviais ainda é baixa em anos de crise da canavicultura, pode-se dizer que o amendoim também passou a ser cultura primária.

José Antonio Rossato Jr, diretor-presidente da Coplana,  Jaboticabal, estima a área com amendoim em São Paulo na casa dos 190 mil hectares na última temporada.

C0m 90 mil toneladas das 530 mil produzidas em São Paulo, a cooperativa aproveita para mostrar que na sua região cooperada do centro-norte do estado foram renovados 23 mil hectares de cana com amendoim. “Para a próxima safra (o plantio começa a partir de setembro para começar a ser colhida em fevereiro), esperamos um renovação menor, já que com a produtividade da cana melhor (em massa de colmos), ainda que com ATR menor (qualidade), os produtores tendem a postergar a cana para mais um corte”, explica o executivo.

Vários desses temas estão sendo discutidos até este sábado (17), em Jaboticabal, durante da Feira Nacional do Amendoim, em paralelo ao encontro científico sobre a cultura da Unesp, onde se destaca, segundo Rossato, a necessidade de se continuar investindo em tecnologia, que foi também responsável por elevar a produtividade apesar de que também houve aumento de área.

Entre os quais, produzir o amendoim com o menor nível possível de aflatoxina, almejando mercados mais exigentes e melhores prêmios por tonelagem. Hoje a cotação externa está vigorando em torno de US$ 1,400/1,450 mil.

Por conta disso, ou por conta de níveis mais altos tolerados, o amendoim brasileiro entra muito na Rússia. E a Itália é segundo mercado do óleo.

E a China também acabará entrando nessas exigências, como passaram a fazer mesmo demandantes do muito que o Brasil produz.

Para o mercado interno, o diretor-presidente da Coplana lembra de alguns desafios. Acabar a informalidade da comercialização e quem sabe, um dia, voltar a ver o óleo de amendoim disponível nas prateleiras brasileiras, como havia até que a soja, pelo seu volume de campo e de extração, tomou o lugar. Aliás, também como do caroço do algodão.

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